Discurso de posse na Academia de Letras da Mantiqueira

Exmo. Sr.

Grão Mestre da Ordem do Mérito Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Comendador Conde Thiago de Menezes

D.D. Presidente da Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo e

D.D. Presidente da Academia de Letras da Mantiqueira.

Exmos. Srs. Membros da Academia de Letras da Mantiqueira.

Senhoras, senhores:

É setembro! Ante os olhos, o matizado dos jardins, que nos envolve nos eflúvios da primavera. Quão venturoso este instante pelo ensejo de nos unirmos numa aura de privilegiado congraçamento.

Em nosso inarredável anseio de nos aperfeiçoarmos, buscamos sempre adequados convívios e nos aproximarmos daqueles que possam nos arrimar na trajetória ingente de atingirmos nosso ideal.

Confessamos ser este o sentimento maior que nos entusiasma a aceitar uma inclusão neste sodalício, onde penetramos com a disposição de observar e cumprir seus preceitos e de colaborar para o seu crescente engrandecimento.

Muito nos gratifica, pois, o convite para nos inserirmos nesta admirável confraria intelectual, regida com maestria, pelo Grão Mestre da Ordem do Mérito Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, o Comendador Conde Thiago de Menezes, que nos conduz a partilhar de sua devoção ao culto das belas letras e das belas artes e, a nos sentirmos sob a fronde da estesia.

Louvamos-lhe a brilhante personalidade, evidenciada no exercício de todos os seus pendores, não só como exímio escritor e poeta, como nas multifaces de suas atuações, instaurando, com energia, uma imagem, que tão bem o distingue, como paradigma dos tempos modernos, envolto numa aplaudida expressão humana.

E, ademais, cumpliciado com o realizar, o Conde Thiago de Menezes se doa plenamente e se afinca no propósito de estimular e de congregar aqueles nos quais identifica atributos que merecem ser realçados.

Indizível, pois, a emoção que nos domina ao adentrarmos este silogeu, integrante da Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo, que viceja esparzindo cultura, congregando intelectuais da expressiva gama do conhecimento, para, juntos, celebrarem o mérito das artes, em todas as suas manifestações.

Honra-nos e, sobretudo, nos emociona o ensejo, dos mais expressivos, em que nos cabe suceder, nesta conceituada e tradicional instituição de cultura, uma personalidade exponencial da Literatura Brasileira, como a do saudoso escritor e historiador, Wilson de Lima Bastos, que cumpriu seu percurso de vida, servindo ao nobre ideal cultural. Viveu como prescrevera, em absoluta consonância com as advertências que sempre fizera__ “a de não se omitir”. Sua existência transcorreu-a, sob o signo das letras. Sua obra há de continuar a representá-lo, com a seriedade de seus conteúdos, com o rigor de seus registros, refletindo a fidedignidade de suas observações, esplendendo as luzes de sua têmpera.

Oportuno se torna relembrar, aqui, um conceito de arte, do notável Alberto Moravia: “A arte é a busca do absoluto, a única digna do homem, pois o liberta do possível, do compromisso, do relativo”.

Nós nos congratulamos com todos os que, aquinhoados por legítimos pendores se manifestam, através das belas letras ou das belas artes, ofertando, assim, um precioso contributo, onde se extravasa a estética da vida__ condição essencial à fruição do esplendor e da harmonia.

Que cada vez mais se intensifique a consciência da importância da arte e que as musas possam nos oferecer legítimas fontes de inspiração, para o enriquecimento artístico-cultural.

Muito nos honra a distinção que nos confere o insigne Presidente da Academia de Letras da Mantiqueira, Conde Thiago de Menezes, incumbindo-nos da saudação aos neo-recipiendários, onde se incluem escritores, poetas, artistas plásticos, jornalistas, educadores, teatrólogos, atores, historiadores, enfim, personalidades que se impõem pelo conceito, haurido nos meios em que se valorizam os dons do intelecto e da sensibilidade.

Aos distintos neo-recipiendários, efusivos cumprimentos, augurando que a Academia de Letras da Mantiqueira possa lhes afigurar como um autêntico abrigo, onde, todos irmanados, recebam estímulos para uma perene eclosão de suas potencialidades.

E, que, neste convívio possam experimentar a realização de um ideal comum: o cultivo das emanações da sensibilidade e do raciocínio, convertidos na expressão da Literatura__ essa admirável arte da palavra ou, que esteja presente, no esplendor das artes plásticas, onde se frui a emoção, através da beleza das cores e, que, jungidas às imagens, não sejam um mero ornamento, mas a revelação da realidade profunda das coisas.

Entrelaçadas, as artes hão de se constituir em um panorama pacificador, a nos descerrar perspetivas do sublime.

E, esta solenidade se reveste de um alto teor cívico, através da concessão da Comenda JK__ pela Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo__ simbolizada na Medalha Mérito Presidente Juscelino Kubitschek ou, da outorga das insígnias no Grau Oficial da Ordem do Mérito Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon__ láureas que reverenciam a memória de duas das mais expressivas personalidades que, graças aos amplos e valiosos gestos de brasilidade se imortalizaram nos anais da história de nossa pátria.

Aos agraciados com estas significativas comendas, nossa calorosa saudação.

Brindemos, pois, este venturoso parêntese de enlevo cívico-artístico, em que sentimos um primoroso enlace dos corações.

Como a prevalência da emoção determinou a expressão poética, na aurora de todos os povos, à poesia demos, também, neste encontro a incumbência de cumprimentá-los, augurando-lhes o descortino de iluminadas perspectivas.

Que todos se dêem as mãos e, coesos em seus liames, possam entoar canções azuis. Assim, docemente, a munição para romper a vida.

Creusa Cavalcanti França

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2009.

Discurso de saudação aos neo-recipiendários da Academia de Letras da Mantiqueira, proferido no Salão de Convenções do Royal Rio Palace, às 18:30 horas.

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